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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Precisamos de vida intelectual

     O problema do Brasil são os brasileiros — quem nunca ouviu essa queixa? Ela não fala das pessoas, precisamente, mas de certos hábitos seus, que melhor podem ser designados como vícios, e um deles, o mais grave na minha opinião, é a preguiça intelectual. Certa vez, ouvi de um senhor, com seus quase sessenta anos, a confissão de que não lia há muito tempo, desde a conclusão do ensino superior, se não lhe falhasse a memória. Muito bem, a lembrança do que fez, ou do que deixou de fazer, podia não lhe falhar, mas não se podia observar naquele momento, também, nenhuma outra habilidade intelectual que não fosse essa, a de não se esquecer. Mas e a leitura? E o cultivo da imaginação? E a descoberta de novas ideias? E a maturação das suas próprias no confronto com debates, ensaios, tratados, que fossem artigos de opinião em uma revista sensacionalista? Nada. Ele me assegurou que não lia nem uma página de jornal, em quase quarenta anos. Fiquei atônito: o