O mistério tornou-se, para mim, um tema de pensamento, quando li, pela primeira vez, o livro de Jacques Maritain chamado Sete lições sobre o ser . Nesse livro, Maritain tem como objetivo mostrar a atualidade do pensamento tomista e, para tanto, já nos primeiros capítulos, ele apresenta a distinção entre problema e mistério . Se bem compreendi, essas noções são dimensões de uma mesma realidade: o problema é a parte a ser solucionada e o mistério a parte a ser aprofundada. Maritain evoca várias imagens para esclarecer essas coisas. O problema é como o novelo de lã a ser desembaraçado, por isso algo a ser resolvido. O mistério é como fonte de água a ser continuamente consumida - bebemos sempre, mas, não importa o quanto bebemos, sempre há mais*. Quando li esse livro de Maritain, também li O que é filosofia? de Deleuze e de Guattari. Não sei se estou fazendo grande confusão ao misturar a reflexão desses autores, mas quando li Deleuze descrevendo os planos de imanência, suspeitei que, no ...