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Meditações pré-filosóficas

O presente texto nasceu de um problema: O que a atividade de pensar própria da filosofia exige de nós para surgir, nutrir-se e prosseguir? A filosofia não existe desde sempre e, mesmo antes dela, os seres humanos já desenvolviam teorias, calculavam, construíam, escreviam poesias, pintavam e faziam esculturas, guerreavam, elegiam e derrubavam seus governantes, cultivam, caçavam e trocavam riquezas... viviam como humanos. Mesmo agora, depois de uma sucessão multi-secular de filósofos e textos filosóficos, nós ainda nascemos, crescemos e prosseguimos com a vida, sendo racionais, sem contudo precisar saber "O que é filosofia?". 

Todavia, algo dos nossos dias me chamou tanto a atenção que o problema adquiriu outra importância. Sabendo ou ignorando o que seja filosofia, dedicando-se ou não à atividade filosófica, estamos perdendo mesmo aquelas coisas, atividades, hábitos, crenças, que tínhamos e que nos deixavam maduros e abertos à filosofia. Pior! Observo que estamos perdidos no mundo e não porque nos faltam projetos pessoais ou porque nos faltam teorias, mas porque estamos tão distraídos com a agitação de obrigações, demandas e interesses que perdemos a conexão com nossas próprias vidas. Tal é a desconexão que, diante de qualquer debate, observo pessoas dizendo que não encontram palavras para expressar-se (e não creio que suas vidas sejam tão inefáveis que não consigam nem dizer o que vêem com os olhos), e quando não, vejo-as tontas como se estivessem diante do caos. Perderam suas vozes e limitam-se, no máximo, a serem corpos onde se fazem presentes as vozes dos outros. 

Como parte desta geração, não sou exceção ao que descrevi e recordo-me de ter passado pelo mesmo quando era mais novo. Dadas as explicações, apresento abaixo minha tentativa de ajudar a outros, para que reencontrem sua voz e sua vivência, sugerindo que façam o que eu próprio fiz e faço até hoje. Não pretendo que seja um remédio infalível, mas que seja uma partilha de uma vivência. Quem chegar até o fim, entenderá a razão de eu dizer "uma partilha". O nome "Meditações..." assemelha-se com o título do texto conhecidíssimo de Descartes e até possui intertextualidade com ele. Escolhi-o porque a meditação é uma prática espiritual e ascética da fé católica, que propõe um roteiro de conversão. Deixa-se de viver de um jeito para viver de outro. A mudança de vida é feita pela reflexão (do pensamento que vai às sentenças das meditações, descobre-lhes o sentido e retorna a si próprio, apropriando-se) e pela decisão, que determina-se a agir diferentemente, de acordo com aquilo que o pensamento aprendeu. A conversão que tenho em mente é a do homem desconectado de si mesmo para o homem conectado com sua vida. Assim, ao contrário da alienação que a palavra conversão parece supor, proponho algo que seja, assim como Jesus propõe, uma consciência.            


Meditações pré-filosóficas

Meditação primeira - sobre a confusão

Nas discussões dou muitas opiniões e ouço muitas também. As opiniões são tantas e tão diferentes que me vejo perdido, não sei me orientar no que estão dizendo e, se digo algo, minhas palavras são contestadas ou confirmadas de tal modo que elas soam diferentemente do modo como as pronuncio, expressando sentidos que não pretendia originalmente. Pensei que fosse o caso de estudar mais, ler mais, porém, depois, vi-me ainda perdido, embora uma vez ou outra parecesse que eu soubesse de que textos, palavras e esquemas partiam aqueles com quem eu discutia. Porém os pontos de partida eram tantos que formavam como uma teia na qual eu ficava preso, imóvel e perdido, ainda. Era como se eu tivesse vários mapas e conseguisse até entender que neles havia lugares, coordenadas e indicações, mas, apesar do entendimento dos mapas, não soubesse onde eu estava para, então, saber aonde ir e inclusive saber se os mapas estavam corretos, se lhes faltava algum conteúdo ou se tinham algum em excesso.

Meditação segunda - sobre a voz própria

Na confusão das várias vozes, eu ficava distraído com as discussões, porém, depois de atentar-me à situação em que eu estava, vendo-me perdido entre elas, vi-me diante do caótico e comecei a fazer perguntas. Porém, cada pergunta que eu fazia parecia como uma tentativa de traçar um caminho de pensamento na confusão. Perguntava "onde estou?" e lançava-me à procura de uma localização, um lugar, algum tipo de onde. Quando não, a pergunta parecia ser uma rede que eu tecia e lançava sobre o caos aparente. Perguntava "o que é real?" e, depois da invocação, considerava atentamente o que se apresentava à minha atenção. Porém, depois de muitas perguntas, notei que os caminhos percorridos e as redes tecidas não ajudavam, pois eram propostas por palavras que não faziam sentido para mim, por palavras que não ajudavam no reconhecimento das respostas, por palavras que vinham carregadas com a confusão das muitas vozes. Atentei-me, então, à diferença entre o discurso dos outros e a minha vida. Atentei-me à minha voz. Atentei-me que minha voz falava anteriormente de algo que eu não via na minha vivência. Então, descobri que tinha voz e notei que, antes de chegar ao mapa das discussões, eu tinha que falar sobre minha vivência, para redescobrir como nomear e, então, redescobrir o sentido das palavras.

Meditação terceira - sobre a voz sincera e a aceitação

Estou vigilante, atento ao que vejo, ao que ouço, ao que sinto pela pele, ao que sinto por dentro como tristeza ou alegria, sono ou boa disposição, e a muito mais. Quero expressar o que estou vendo com minha atenção, mas hesito. Paro, atento, diante das minhas observações. Sei, porque fui advertido por uma voz estranha, que eu posso tentar esconder as coisas de mim mesmo. Posso tentar apresentá-las à minha atenção, pensando, de um jeito que elas não se apresentam. Se não quero ficar perdido, vejo, então, que preciso ser sincero comigo mesmo e apresentar-me tudo sem nada ocultar. Porém uma voz confusa me diz para suspeitar de tudo, pois algo pode me enganar, apresentando-se a si mesmo de um jeito que não é. Se eu começar com suspeitas, perderei a chance de ter uma voz própria. Engane-me ou não o que observo, o que importa é que eu, de minha parte, não me esconda nada, não minta para mim mesmo, que não ignore a observação nem a force a se dar de outro jeito. Posso, então, tomar a atitude de aceitar as observações tal como elas se apresentam. Se algum dia elas me derem alguma razão para suspeita, suspeitarei e, por enquanto, isto é o máximo que posso fazer. Se quero expressar bem minhas observações, vejo, então, que minhas palavras devem confessar aqueles que elas expressam tal como eles se apresentam. Se quero expressar bem minhas observações, vejo, então, que preciso aceitar as coisas como elas se apresentam e não mudá-las, apresentando-as de um jeito diferente de como elas se apresentam.

Meditação quarta - sobre a narrativa

Com voz sincera e acolhedora, começo falar do que recordo. Nas discussões, eu ficava perdido e, em certos momentos, parecia que eu nada tinha a dizer sobre nada, como se nunca tivesse vivido. Porém, atento-me agora às lembranças e, passando de uma por uma, redescubro que tenho uma vivência. Faço um inventário dos eventos que testemunhei, dos acontecimentos mais marcantes, das ações realizadas por mim e das intenções com as quais as realizei, das opiniões que emiti e da sinceridade com que as emiti, do que senti, do que desejei ... e deixo que as palavras expressem minhas vivências. Por hora, não me preocupo se as palavras estão bem empregadas. Quero apenas ser o mais sincero que eu puder e resgatar minhas vivências.

Meditação quinta - sobre a comparação

Estou vigilante, com voz sincera e acolhedora, podendo facilmente recorrer às minhas vivências. Começo, então, outro exercício: de expressar em palavras as minhas observações, comparando uma palavra à outra, uma coisa que observo à outra, um sentimento ao outro, um pensamento ao outro, assim por diante. Noto as semelhanças e as diferenças e busco expressá-las de várias maneiras, até que as palavras se conectem às observações e, assim, eu consiga saber o sentido das palavras quando elas são empregadas. As semelhanças ligam as observações a tal ponto que vejo ser possível expressá-las pela mesma palavra, que expressa algo comum e mais geral. As diferenças mantém as observações separadas, exigindo que cada diferença seja expressa por uma palavra própria.

Os exercícios de recordar e de comparar revelam-se constantes. As lembranças trazem observações do passado que agora posso considerar mais atentamente. As comparações entre as vivências passadas e as presentes melhoram minha capacidade de expressar minha vivência total até agora.

Meditação sexta - sobre a comunicação

Estou atento, com voz sincera e acolhedora, exercitando-me constantemente em recordar e em comparar. Estou falando melhor da minha vivência e noto que, pelos exercícios de recordar e de comparar, ela me apresenta muitas coisas que antes eu ignorava por não dar atenção. Vivo há alguns anos e noto que ainda há muito a viver. Vivo entre outros viventes, o mundo é muito maior do que eu e noto, devo confessar, que minha vivência não esgota tudo o que há para ser vivido. Chego a essa conclusão quando converso com outras pessoas. Elas falam de acontecimentos que testemunharam, de experiências que tiveram, de sentimentos, de vivências, de coisas vistas, que, devo confessar, eu não testemunhei, não experenciei, não senti, não vivenciei, não vi. Quando acontece isso, ouço o que elas dizem e esforço-me em ter presente a mim o que elas tiveram presente a si. Faço isso partindo das minhas vivências e buscando aproximar-me, como que por um exercício de imaginação. Há vezes que consigo ter uma idéia vaga, da qual guardo ao menos a palavra usada para expressá-la. Há vezes que não consigo nem isso e noto que, da parte das próprias pessoas, elas falam sobre vivências tão próprias e únicas que elas mesmas mostram-se com dificuldade de expressar bem com palavras. Por outro lado, depois de muito conversar, noto que elas também partilham comigo muitas vivências. Noto que às vezes compartilhamos facilmente, reconhecendo por meio das palavras que tivemos as mesmas vivências. Porém, às vezes, noto que é preciso mais tempo para sintonizar o jeito como damos nomes às nossas vivências. Noto agora que muitas discussões que eu tinha aconteciam porque não sabíamos sobre o que falávamos; eram brigas por palavras, sem atenção ao que elas expressavam: as vivências.

Meditação sétima - sobre a confiança

As conversas mostram-se favoráveis à minha busca pela minha voz. Aos outros, eu falo das minhas vivências e os outros falam a mim das vivências deles. Noto que compartilho com eles muitas delas, mas noto também que não compartilho de outras. Nesta situação vejo que preciso decidir se eu confio ou não no que os outros me dizem. Tomar essa decisão exige de mim a atenção aos gestos dos outros para saber se eles são sinceros, pois não posso acessar sua vida interior tal como eu acesso a minha. Posso, assim vejo, fazer com eles o que fazem comigo. Eles advinham a minha sinceridade, porque ajo tal como falo, porque não lhes fiz alguma travessura, porque não menti (apresentando algo de um jeito, porque assim eu quis, e que depois se mostrou ser de outro jeito, e assim eu o sabia), porque evito confusões e busco falar das coisas tal como elas se apresentam, entre outros gestos e outras atitudes minhas. Confiando em mim, tomam decisões com base no que eu disse e ampliam seu discurso, incorporando às suas vozes o que eu expressei com a minha. De minha parte, busco então avaliar a sinceridade das pessoas e, uma vez que elas se portem de tal modo que se apresentem como sinceras e não me dêem razões para suspeitar, eu confio no que me dizem. Aceito suas vivências compartilhadas comigo como vivências e observações do mesmo mundo em que vivemos. Aceito suas vivências não compartilhadas como vivências e observações possíveis do mesmo mundo.

Meditação oitava - sobre a tradição

Além das conversas, noto que há outras formas de compartilhamento. As pessoas que viveram antes de mim deixaram textos, canções, comportamentos, histórias, várias palavras e vários gestos que expressam suas vivências e que elas transmitiram a outras pessoas e estas por sua vez a outras ainda, até chegar a mim. Muito do que falam é distante da minha vivência, mas um tanto do que falam compartilho, porque assim também vivi e faz sentido também para mim. Noto que algumas dessas pessoas se destacaram como autoridades, pois o que elas diziam mostrava-se mais condizente com a vida em certos aspectos. Cientistas, profetas, santos, heróis, poetas e artistas, técnicos, engenheiros, médicos, professores, filósofos. As palavras dessas autoridades apresentavam-se como as palavras dos meus pais. Como eu era ignorante, com poucos anos de vida, e era muito impetuoso, agindo sem considerar muito os perigos e os riscos do mundo, e na medida em que eu confiava em meus pais, eu aceitava o que me diziam. No começo aprendi com meus pais a nomear as vivências e a como me portar no mundo, eu fazia como diziam porque assim me mandavam. Na medida em que eu confiasse neles, submetia-me voluntariamente. Na medida em que desconfiasse, resistia. O cumprimento das ordens de meus pais deram-me a disciplina e o controle de minhas faculdades, e com o tempo as palavras dos meus pais - e tudo que me transmitiam - adquiriram o sabor da minhas próprias vivências. Adulto e dedicado às meditações de agora, posso atentamente, com voz sincera e acolhedora, recordando e comparando, considerar o que me transmitiram de outro modo. Busco conversar com eles, compartilhando vivências ou aceitando deles, com confiança, as vivências que ainda não compartilho. A tradição apresenta-se, então, como uma propedêutica que, nos primeiros anos, me preparou para lidar com a vida e, depois da infância, como um passado de vivências que foi compartilhado comigo. Pelas conversas, na minha vida com os outros, vejo que eu também transmito algo às pessoas que ainda viverão.

Meditação nona - sobre a ignorância

Depois de muito ler e ouvir as autoridades, ponho-me vigilante na consideração de tudo, buscando aproximar-me do que disseram partindo das minhas vivências ou das vivências das pessoas em quem confio e com quem converso. Continuo, com voz sincera e acolhedora, comparando o que disseram com as observações minhas e dos outros, passadas e presentes, buscando em tudo entender primeiro o que me transmitem. Atento-me mais às minhas vivências e descubro nelas outros modos vê-las, que antes eu não considerava, e vejo mais claramente o que posso dizer como algo vivido, também mais claramente o que desconheço, mas que, ao que parece, outros conhecem, porque viram, porque viveram em tempos mais antigos, em lugares mais distantes. Noto, então, simultaneamente a expansão da minha voz. Ela é minha voz, mas está amparada pela vida da humanidade. Quanto mais eu busco conhecer o que disseram, mas preocupado em entender pelas vivências, tanto mais observo a melhora da minha capacidade de falar da vida. Quando considero atentamente tudo isso, vejo que minha ignorância tem duas razões. Primeira: eu consigo imaginar sobre o que falam, embora eu não tenha vivenciado. As idéias parecem vagas, sem o sabor da experiência. Segunda: não sei do que falam, nem me parece que eu tenha vivenciado ou encontrado alguém de confiança que tenha observado, e, se vivenciei, ainda não me atentei à postura, à atitude, ao exercício, ao tipo de olhar de preciso ter em relação às vivências. Na esperança de tudo conhecer, considero a possibilidade de vivenciar de tudo, mas, considerando minha história até agora, atento-me aos meus limites. Noto também que, em certos casos (especialmente os mais perigosos), não preciso ter vivenciado para ter algum conhecimento. Vejo, então, que me resta continuar com meu exercício de imaginação, buscando-me me antecipar aos eventos - e as histórias já ensinam tanto! - e aproximar-me dos outros – esforçando-me por ter presente a mim o que os outros têm ou tiveram presente a si. A tradição, as autoridades e as conversas ajudam-me.

Meditação décima - sobre o retorno às discussões (o retorno aos mapas)

Atento-me ao que não sei e quero saber. O mundo que as várias vozes tinham tornado caótico, começa a parecer mais ordenado. Preciso voltar várias vezes a meditar, pois oscilo entre julgar que o mundo é óbvio e julgar novamente que ele é uma bagunça. Enquanto permaneço em meus exercícios, vejo que o mundo é misterioso, muito maior do que eu. É possível que eu nunca o esgote. O mesmo vejo em relação à vida. Ela é muito misteriosa. Porém, vejo agora que, apesar do seu mistério, posso acessar o mundo e a vida pela minha voz própria, sincera e acolhedora. O que está além dos meus limites posso desbravar, confiando nos outros. Preciso estar atento sempre à sinceridade deles. Assim, caso o que as pessoas me digam negue algo do que eu aprendi, mas não vivenciei, enquanto confio nelas, esforço-me por pensar e tentar conciliar, especialmente quando o que aprendi foi dito por pessoas em que também confio. Contudo, nas discussões, quando noto que outros, falando, dizem algo que não vivenciaram e negam algo que eu vivenciei (que eu, atento, distingui como vivenciado e que nomeei, cuidadoso de expressar o que vivenciei tal como isso se apresentou) ou que, senão eu, outra pessoa, em quem confio, vivenciou, decido corrigir meus interlocutores, na medida em que ainda pretendo que as palavras e os discursos falem da vida no mundo que compartilhamos. Porém, decido suspeitar da sinceridade dos locutores, quando não aceitam minha vivência e prosseguem com seus juízos, teorias, explicações, julgando-me mentiroso ou ignorante. Não ficarei mais perdido por conta da confusão dessas vozes. Na medida em que minhas palavras invocam melhor seus sentidos e que consigo lhes descobrir os sentidos no momento em que são empregadas – resultado, assim observei, dos meus exercícios até agora -, começo a ver melhor, expressar melhor, conhecer melhor. Assim, em face da minha ignorância e do mistério do mundo, começo a pensar e a fazer perguntas. As teias dão lugar a caminhos. Leio os mapas sabendo onde estou, na vida.

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