Andava distraído pelo brilho da alegria de que gozávamos na companhia um do outro. De repente, a luz desapareceu, escondendo os teus sorrisos dos meus. Restou-me o escuro vazio no peito e a agitação do olhar, procurando-te aqui e em todo lugar. Afinal, havia te perdido e o mais doloroso é que me lembrava da última vez que te vi, muito bem. Triste cina esta de nos restar a ausência daquilo que amamos e subsistir apenas a lembrança do que um dia nos rasgou a pele, forçando-nos a sair do casulo e viver como nós mesmos. Teu lume se pôs atrás do último suspiro e tua alma, agora livre, voa dançante de volta para casa. É verdade que os olhos desta carne não tornarão a te ver, mas creio que, como nos sonhos, tê-los-ei fechados enquanto, não obstante, contemplo-te novamente os encantos. Mas, não, como miragens criadas durante meus delírios, mas, sim, como aquele teu mistério imortal que sempre amei e que agora repousa no paraíso.
Por Matheus Monteiro
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